Olhando para o comprimento dos telômeros – as ‘tampas’ protetoras do DNA localizadas nas extremidades dos cromossomos – cientistas da Northwestern University e Harvard University desenvolveram uma técnica que poderia futuramente resultar num teste prognóstico de câncer.
Crescentes evidências constatam que os telômeros são responsáveis não somente pelo envelhecimento cronológico. Como as células se dividem e se multiplicam, os telômeros perdem um pouco de suas extensões para compensar pelos cromossomos adicionados. Mas, nesse encurtamento normal, eles podem ativar processos destrutivos corporais, o que pode levar a doenças. Novas evidências sugerem que a taxa na qual eles se encurtam também é importante para compreender o desenvolvimento futuro de câncer.
A publicação no jornal EBioMedicine afirma que os pesquisadores descobriram padrões distintos nos telômeros de pessoas e que lideraram até o diagnóstico formal. Inicialmente, as pessoas com câncer pareciam ser 15 anos mais velhas, cronologicamente, do que as pessoas sem câncer – uma indicação que seus telômeros estavam se encurtando rapidamente. Mas, três ou quatro anos antes do diagnóstico, o encurtamento parou.
“Vimos o ponto de inflexão em que o rápido encurtamento dos telômeros se estabilizou”, relatou o principal autor do estudo Dr. Hou Lifang em um comunicado. “Nós descobrimos que o câncer sequestrou o encurtamento dos telômeros a fim de florescer no corpo.”
No total, Hou e seus colegas rastrearam 792 pessoas ao longo de um período de 13 anos, de 1999 a 2012. Ao final do estudo, 135 pessoas haviam desenvolvido vários tipos de câncer. Suas descobertas sugerem que o encurtamento do telômero sanguíneo (sigla em inglês, BTL) pode ser capaz de fornecer pistas para os cientistas e médicos sobre os riscos futuros dos pacientes.
“Tiramos proveito do fato de que as mesmas pessoas voltaram para o acompanhamento várias vezes”, disse Hou ao Medical Daily. “Por exemplo, se alguém vem em 2010 e relata que foi diagnosticado com câncer, podemos voltar para a sua ficha de 2002 e sinalizá-la como ‘desenvolveu câncer’.”
A equipe espera usar essa informação no desenvolvimento de um método para parar as células cancerosas de se aproveitarem do BTL. E para fazer isso, testes futuros precisariam descobrir exatamente como o sequestro acontece. Hou e seus colegas estão expandindo sua investigação para ver como as mulheres e pessoas de outras etnias são afetadas pelos mesmos processos. “Além disso, atualmente estamos também trabalhando em estudos tradicionais de fatores de risco ao câncer (p. ex., obesidade e atividade física) e como eles interagem com telômeros no aumento desse risco.”
Recentemente, outra pesquisa ofereceu sua própria interpretação da doença mediada pelo telômero. Um estudo publicado na revista Nature Genetics descobriu que causas genéticas tornam os telômeros de algumas pessoas mais longos do que outras. A variação dessas extensões predispuseram as pessoas a doenças patológicas, incluindo vários tipos de câncer e fibrose pulmonar idiopática.
O mais recente estudo baseia-se nesse tipo de pesquisa com foco específico em câncer, relata Hou. O tratamento do câncer pode levar ao encurtamento dos telômeros para além do câncer em si. “Isso provavelmente explica por que os estudos anteriores têm sido tão inconsistentes.” Sem um cronograma definitivo de quando os telômeros começam a diminuir em resposta a atividades das células cancerígenas, os cientistas ficam sem qualquer informação causal.
“Em longo prazo, seria muito bom ver essa pesquisa se transformar em uma maneira de detectar o câncer mais cedo do que fazemos agora.”
Traduzido por Essentia Pharma
Fonte: http://www.medicaldaily.com/telomeres-tell-future-scientists-could-use-aging-biomarker-way-detect-early-cancer-331612
Por Chris Weller
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