Iniciando na perimenopausa e continuando através da menopausa, a produção hormonal tende a declinar mais rapidamente, gerando um desequilíbrio entre suas proporções. Com o desequilíbrio hormonal em ação, muitas mulheres apresentam sintomas que, por exemplo, no caso do estradiol em demasia ou carência, podem afetar o sistema imune.
O risco de câncer de mama devido à terapia de reposição hormonal tem sido muito debatido desde a publicação de um estudo colaborativo epidemiológico, (título no original, em inglês) “Breast cancer and hormone replacement therapy: collaborative reanalysis of data from 51 epidemiological studies of 52,705 women with breast cancer and 108,411 women without breast cancer. Collaborative Group on Hormonal Factors in Breast Cancer”, publicado em The Lancet, 1997.
Para obter um consenso sobre este problema, um grande número de estudos bem projetados já foram realizados, e embora seus resultados e recomendações tenham sido publicados e aplicados na prática clínica, muitas mulheres ainda hesitam em receber a terapia hormonal.
A preocupação com o câncer é uma importante razão a ser profundamente esclarecida desde que afasta muitas mulheres de tratamentos restaurativos hormonais para níveis saudáveis. Hormônios como o estrogênio e a testosterona afetam o crescimento celular e sua proliferação. E é importante responder a todas as perguntas para que um número menor de pessoas aceitem os sintomas da deficiência hormonal – fogachos, sudorese noturna, insônia, artralgia, letargia, depressão, atrofia urogenital, secura vaginal – como parte do envelhecimento “normal”.
Anteriormente, os estrogênios conjugados com sua composição principal sendo a estrona (CEE) eram os estrogênios dominantes utilizados em estudos, mas as coisas mudaram e o CEE já está quase fora do mercado. O estradiol é atualmente o estrogênio mais utilizado na prática clínica. A diferença da estrutura química entre estrona e estradiol causa um efeito diferente. Inclusive, os estudos indicam que a progesterona sintética pode desempenhar um papel mais importante para o risco de câncer de mama, sendo fundamental conhecer o seu efeito combinado ao estradiol.
Recente meta-análise e revisão sistêmica, publicada em Gynecological Endocrinology, revisou 14 estudos (5 estudos controlados e randomizados e 9 estudos observacionais) para uma avaliação quantitativa sobre as evidências atuais e gerar uma conclusão sobre o uso do estradiol e o risco preciso de câncer de mama, levando em consideração sua combinação com diferentes tipos de progesterona, duração e tipo de tratamento.
Na análise de terapia com (somente) estradiol, a meta-análise resultou em uma razão de chance (OR) de ¼ 0,90, IC 95% (0,40, 2,02) a partir dos estudos controlados randomizados (RCT) e de OR ¼ 1,11, IC 95% (0,98, 1,27) a partir de estudos observacionais. No entanto, na análise da terapia com estradiol e progesterona, o risco de câncer de mama varia de acordo com o tipo de progesterona e a duração do tratamento: o tratamento de mais de cinco anos [OR ¼ 2,43, IC 95% (1,79, 3,29)] apresentou maior risco do que o uso durante menos de cinco anos [OR 1/4 1,49, IC 95% (1,03, 2,15)].
Como conclusão, a terapia somente com o uso de estradiol não apresentou risco de câncer de mama. O risco da patologia depende do tipo de progesterona utilizada em combinação. A terapia com estradiol combinada com medroxiprogesterona, noretisterona e levonorgestrel se relacionou com o aumento do risco de câncer de mama, enquanto que a terapia com estradiol combinada com a didrogesterona e a progesterona (não sintética) não apresenta risco. O risco de câncer de mama aumenta progressivamente com o uso hormonal prolongado, além disso, em comparação com a terapia sequencial, a terapia contínua traz um maior risco.
Todos os autores declaram não haver potenciais conflitos de interesse. Este estudo foi apoiado por subvenções da National Natural Science Foundation of China.
Estudo:
Zhilan Yang, et al. Estradiol therapy and breast cancer risk in perimenopausal and postmenopausal women: a systematic review and meta-analysis. Gynecological Endocrinology, 2016. DOI: 10.1080/09513590.2016.1248932
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