Afirmando que a suplementação oral de L-glutamina promove mudanças na composição da flora intestinal, recente estudo brasileiro1 soma às crescentes evidências científicas que apontam estar o microbioma intestinal intimamente associado aos fatores metabólicos e à obesidade. O aminoácido L-glutamina é o mais comum encontrado nos músculos e desempenha um papel chave no metabolismo das proteínas e na capacidade de segregar o hormônio de crescimento humano, o que ajuda a metabolizar a gordura corporal e auxiliar o crescimento muscular. Os pesquisadores descobriram agora que uma dose diária de 30 gramas de L-glutamina por dia foi associada com uma redução significativa na proporção de biomarcadores específicos para a obesidade. A dose estudada foi associada com uma redução na proporção de Firmicutes para Bacteroides, como também redução de Firmicutes e Actinobacteria em pessoas obesas e com excesso de peso.
O estudo piloto contou com 33 participantes adultos com sobrepeso e obesos, idade entre 23 e 59 anos e IMC entre 25,03 e 47,12 kg/m2, aleatoriamente designados para o grupo com suplementação oral de 30g de L-alanina (grupo controle ALA) ou 30g de L-glutamina (grupo GLN) diariamente, durante um período de 14 dias. Analisou-se a composição da flora intestinal com técnicas de sequenciamento de nova geração e análise bioinformática, e foi constatado que o grupo GLN apresentou diferenças estatisticamente significativas nos filos de micro-organismos Firmicutes e Actinobacteria em comparação com os do grupo ALA. A razão Firmicutes / Bacteroides, um bom biomarcador para a obesidade, apresentou diminuição no grupo GLN 0,85 a 0,57, enquanto que aumentou 0,91 a 1,12 no grupo ALA.
Juntamente com o aumento da incidência mundial de perturbações associadas à obesidade, pesquisas têm desvendado recentemente vias importantes conectando o metabolismo com o sistema imune e o papel que a L-glutamina desempenha. Um estudo de 2005 por Jeffrey Gordon e seu grupo da Universidade de Washington em St. Louis indicou que ratos obesos tinham menores níveis de Bacteroides e níveis mais elevados de Firmicutes, em comparação com os ratos magros.
Apesar de não ser um substituto para uma saudável dieta e exercício, a manipulação do microbioma intestinal através de suplementação representa uma nova abordagem para o tratamento da obesidade.
Fonte: http://www.nutritionjrnl.com/article/S0899-9007(15)00035-0/abstract
Autora: Raquel Rita
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