Diminuição dos níveis de ácidos graxos EPA do ômega-3 associados com maior risco de hemorragia intracerebral
A edição de março da revista Nutrition Research publicou a descoberta de cientistas da Tokai University School of Medicine, Japão, do efeito protetor do ácido graxo ômega-3, ou seja, ácido eicosapentaenóico (EPA), contra o risco de hemorragia intracerebral, caracterizada por hemorragias no cérebro.
“O ácido graxo ômega-3, incluindo o ácido eicosapentaenoico, previne acidente vascular cerebral isquêmico”, escrevem Yoshimori Ikeya e colegas. “O efeito preventivo foi atribuído a um efeito antitrombótico induzido por concentrações elevadas de EPA e reduzidos níveis de ácido araquidônico (AA). No entanto, a relação entre a hemorragia intracraniana e o ácido graxo ômega-3 não foi ainda elucidada.”
O estudo incluiu 70 homens e mulheres cuja primeira hemorragia intracerebral havia ocorrido dentro de 30-60 dias, pareados com 66 indivíduos do grupo controle sem história de acidente vascular cerebral. Amostras de sangue em jejum foram analisadas por EPA plasmático, ácido docosaexaenoico (DHA), ácido araquidônico e outros fatores. Através das respostas aos questionários dietéticos obtiveram-se informações referentes ao consumo de peixe dos participantes (a fonte mais comum de ácidos graxos ômega-3), bem como outras informações.
Os indivíduos que tinham sido diagnosticados com hemorragia intracerebral tiveram significativamente maior pressão arterial diastólica e outros fatores, os níveis mais baixos de EPA, e uma taxa média mais baixa de EPA para AA. Uma análise mais aprofundada dos dados revelou que o baixo EPA foi um fator de risco para aqueles com 65 anos ou mais.
Enquanto que os ácidos graxos ômega-3 têm sido associados com a proteção contra acidente vascular cerebral isquêmico, a sua capacidade para ajudar a reduzir a coagulação do sangue levou à especulação de que poderiam aumentar o risco de acidente vascular cerebral hemorrágico, o que a constatação atual contradisse.
Traduzido por Essentia Pharma
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