Um novo estudo randomizado e controlado, publicado pelo periódico Medicine and Science in Sports and Exercise, determinou que doses semanais de 70.000 UI de vitamina D3 reduziram os níveis séricos de 1,25(OH)2D3 (calcitriol) em atletas, dificultando sua capacidade de realizar funções biológicas. A vitamina D continua a ganhar reconhecimento para a saúde geral e não meramente para a regulação do equilíbrio mineral ósseo – ela já provou iniciar uma resposta fisiológica em 36 tecidos do corpo. Sua abrangente influência na saúde afeta a transcrição, que é como as proteínas são feitas a partir de seu DNA, afetando a produção de milhares de proteínas.
Um tópico de particular interesse envolve o papel da vitamina D na força muscular e desempenho atlético. Algumas pesquisas descobriram que ela aumenta a taxa da síntese proteica, aumenta o tamanho da fibra muscular e melhora a capacidade de exercício. Como resultado, a suplementação de vitamina D tornou-se amplamente aceita como uma ferramenta necessária para promover o desempenho físico de pico.
Existe uma falta de consenso quanto à dosagem ideal da vitamina para manter a saúde óptima. Apesar das pesquisas mostrarem que a suplementação diária é mais benéfica no aumento dos níveis de vitamina D, grandes doses semanais dela são rotineiramente fornecidas para que os atletas profissionais otimizem o seu desempenho físico. Uma vez que a investigação não estabeleceu o efeito da sua suplementação com doses elevadas no sistema endócrino, esta prática comum tornou-se uma área de preocupação. O sistema endócrino da vitamina D consiste nos seguintes metabolitos principais:
– Calcidiol ou 25(OH)D: A forma de vitamina D que sofreu o primeiro passo de ativação no fígado para se tornar um pré-hormônio, e a forma amplamente medida para determinar seu status.
– Calcitriol ou 1,25(OH)2D3: A forma hormonal ativa da vitamina D.
– 24,25-hidroxilase: Uma enzima que decompõe a circulação de 25(OH)D e 1,25(OH)2D3
Um novo ensaio clínico aleatório com 46 atletas profissionais baseou-se na hipótese de que a dose elevada de vitamina D regula negativamente os metabólitos dela própria. Os participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos: o grupo 1 recebeu 35.000 UI/semana, enquanto o grupo 2 recebeu 70.000 UI/semana durante 12 semanas. Os pesquisadores mediram os níveis da paratireoide do participante e três principais metabólitos da vitamina D (25(OH)D, 1,25(OH)2D3 e 24,25-hidroxilase) na linha de base, semanas 6, 12 e 18. Aqui está o que os pesquisadores descobriram:
– Nenhum dos participantes apresentou efeitos colaterais adversos da suplementação.
– Os níveis médios de linha de base de 25(OH)D dos participantes foi de 34 ng/ml.
– Ambas as doses de suplemento proporcionaram um aumento significativo no soro 25(OH)D e 1,25(OH)2D3 (p = 0,008).
– Quatro semanas após a retirada da suplementação, os níveis de 25(OH)D no grupo 1 voltaram a níveis semelhantes aos da linha de base, enquanto que no grupo 2 não (p = 0,007).
– O grupo 2 experimentou um aumento significativo na 24,25-hidroxilase nas semanas 6 e 12. Isto manteve-se elevado na semana 18, apesar da diminuição subsequente em 1,25(OH)2D3 na semana 12 (p <0,0001).
– Como suspeito, o hormônio da paratireoide intacto foi diminuído em ambos os grupos até a semana 6, permanecendo ao longo da duração do estudo.
De acordo com estas descobertas, uma dose suplementar elevada de 70.000 UI por semana apontou um patamar. Embora os níveis de 25(OH)D permanecessem na faixa saudável, esta grande dose fez com que o corpo começasse a aumentar a produção da enzima que degrada a vitamina D em um esforço para manter o equilíbrio. Como resultado, o grupo de maior suplementação experimentou uma diminuição subsequente da vitamina D ativada, inibindo assim a sua disponibilidade para realizar importantes funções biológicas. O estudo apoia a nossa posição de que 5.000 UI por dia (35.000 UI/semana) é a dosagem ideal para manter níveis saudáveis de vitamina D e fornecimento intracelular adequado da vitamina ativada.
Lembre-se que 1,25(OH)2D3 atua como um hormônio esteroide no corpo, o que significa que regula a expressão gênica e facilita a função celular adequada em tecidos-alvo. A vitamina D ativada intracelular inadequada crônica, seja por deficiência ou por excesso de suplementação, pode colocar os indivíduos em um maior risco de complicações de saúde.
Os pesquisadores afirmam, “Estes dados implicam que frequentes doses orais mais baixas de vitamina D3 podem ser mais apropriadas e que, em oposição à retirada rápida da suplementação, a retirada gradual pode ser favorável”.
Estudos randomizados e controlados que comparam várias doses diárias de suplementação de vitamina D são necessários para determinar a rotina ideal para o suplemento ajudar a manter o estado óptimo de vitamina D sem estimular a 24,25-hidroxilase a quebrar a vitamina D.
Traduzido por Essentia Pharma
Fonte:https://www.vitamindcouncil.org/new-study-identifies-threshold-for-vitamin-d-supplementation/
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